segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Venda de alimentos é a maior em 5 anos

Resultado da indústria no semestre foi 8,2% superior ao de 2006; alta dos preços não deve brecar crescimento
Márcia de Chiara e Vera Dantas
A indústria de alimentos comemora a maior taxa de crescimento no primeiro semestre dos últimos cinco anos. Nem mesmo a elevação dos preços da comida a partir de maio, que já apareceu no índice oficial de inflação, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), deve brecar a alta das vendas, dizem os fabricantes. Eles prevêem que o setor encerre 2007 com receita recorde, superior a R$ 200 bilhões. Ganhos de renda, aumento do emprego, inflação controlada e crédito farto sustentam o desempenho.No primeiro semestre deste ano, as vendas totais da indústria de alimentos e bebidas atingiram R$ 103,8 bilhões, um acréscimo de 8,2% em relação ao mesmo período de 2006, segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação (Abia). Descontada a inflação do período, a alta foi de 4,6%, acima da projeção de crescimento para o Produto Interno Bruto (PIB). O mercado doméstico respondeu por 75% das vendas do primeiro semestre, quando a produção física aumentou 5,8%, a maior taxa desde 2002.'O brasileiro melhorou a sua alimentação', afirma o presidente da Abia, Edmundo Klotz. Ele destaca que nas Regiões Norte e Nordeste o consumo de alimentos está aquecido, provavelmente puxado pela renda obtida por meio de programas sociais.Klotz observa também que alimentos que estão fora da cesta básica obtiveram taxas expressivas de crescimento no semestre. As vendas domésticas de sorvetes, salgadinhos, alimentos diet e light, por exemplo, já aumentaram 51,71% este ano e os chocolates e as balas, 21,83%.A indústria de chocolates e balas confirma o bom desempenho. Os volumes produzidos aumentaram 21,2% no primeiro semestre, em relação a igual período de 2006, segundo a Abicab, entidade que representa o setor.Getúlio Ursulino, presidente da Abicab, diz que o aumento foi concentrado no mercado interno, com alta de quase 30%. 'O aumento da venda doméstica pode ser explicado pelo maior número de lançamentos e pelo crescimento da renda.'PREÇOSPara os fabricantes, o aumento da inflação dos alimentos não deve estragar a festa do setor. 'A alta é temporária e sazonal', diz Klotz. Essa avaliação é compartilhada pelo coordenador do IPC da Fipe, Márcio Nakane, para quem a alimentação vai continuar subindo até setembro. O índice de agosto, que será divulgado amanhã, deve apresentar a inflação dos alimentos muito superior ao IPC geral.Nos supermercados, as vendas estão aquecidas e fecharam o semestre com alta de 7%, segundo a Associação Paulista de Supermercados (Apas). Martinho Paiva Moreira, vice-presidente da Apas, diz que o consumo mantém o ritmo de alta, apesar das elevações de preços, como o da carne e do leite. É que esses produtos são de consumo básico, argumenta.
FONTE: http://www.estado.com.br/editorias/2007/08/09/eco-1.93.4.20070809.47.1.xml

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